O que passa de noite, Don Guillermo?
Passa de todo y Don Mariano!
Passa um romance dentro do rancho
De quando a lua beija o capim
E adoça a saudade da flora da pitanga
Que colhe no mato o mel do guamirim
Passa no rastro do crioulo gordo
O ovelheiro vaqueano de campo e caçada
No forte do inverno defende o cordeiro
Do sorro matreiro que sobe a canhada
Passa o baralho de uma mão pra outra
Que a sorte é uma potra em carpeta timbera
E a copa de vinho que encharca as lembranças
De malas andanças na noite fronteira
O que passa de noite, Don Guillermo?
Passa de todo y Don Mariano!
Passam de noite estas tropas sem guia
Porque a luz do dia clareia este fato
O ofício noturno do roubo de vaca
Serviço que abarca o sem-fim do abigeato
Passam assombros na estância antiga
De alma que penam buscando por luz
Por algo ficaram rondando este plano
Perdidos da trilha que arriba e conduz