Nasci pra teu cantor e testemunho
Rascunho de tuas falas e tuas gentes
E ando a traduzir-te, Continente
Do que gravaste em mim de próprio punho
Teus mares que são dois, único cais
Um é de sais, de barcos e lonjuras
O outro, pra poente das planuras
Mar doce que espelhou as catedrais
A terra é contadeira de histórias
De ventos, de mormaços e invernias
Do homem, rasgador da geografia
Da errância transformada em tragetória
Sou de tua gente crente e pagã
Irmãos de Blau na sina vaqueana
De ombrear com Martín Fierro em Santana
E bandear com Tio Lautério o Camaquã
O verso quando encontra o elemento
E trama com seu mundo um segredo
É verso, é Continente de São Pedro
Um todo, sem fronteiras e sem tempo